quarta-feira, 24 de junho de 2009

Oficina Fotografos Comunitarios






A lata é o suporte utilizado desde 1997 pelo Fotojornalista JORGE AGUIAR que utiliza para formar aprendizes de fotografo em projeto social a “luz reveladora photo da lata” Nos últimos dez anos, ministrei oficinas para mais de 500 crianças e adolescentes. Diante deles traçamos esboços simples para introduzir noções de ótica e luz, os fundamentos de arte pouco conhecida no mundo à inclusão e acessibilidade social por meio de uma simples latinha com o pinhole. Surpresos e curiosos, os jovens descobrem que é possível, com um mínimo de técnica e materiais reciclados, captar uma imagem usando princípios básicos da física, como difração e refração.
Depois da teoria, vem a melhor parte: experimentar, na prática, o desafio de fazer imagens com lata, essa matéria-prima que brota dos lixões e aterros sanitários. Assim, rompem com os limites das tecnologias digitais, acessíveis a milhões de pessoas em todo o mundo, mas ainda inatingíveis a outros tantos, marginalizados nas periferias das grandes regiões metropolitanas.
O processo da técnica e da criação fotográfica é percorrido de ponta a ponta, até a revelação na câmara escura, à avaliação, cópia e exposição das imagens captadas. “Procuro ampliar os conhecimentos da arte da fotografia, decifrando códigos e sinais para a evolução do projeto. Mas jamais, ao longo do meu trabalho jornalístico, tendo a tiracolo uma câmera fotográfica, imaginei que uma simples lata pudesse me levar tão longe, para que outros povos pudessem conhecê-lo”, que, em 2005, fui convidado pelo governo francês a levar minhas experiências à cidade de Nanterre, na periferia de Paris. A região abriga uma grande população jovem, que tem se notabilizado pela resistência à marginalização social dos contingentes originados a partir dos movimentos migratórios das antigas colônias.
O reaproveitamento de materiais é um dos fundamentos de meu trabalho. As latas servem também para produzir spot de iluminação, sobras de fotolito (acetato) doadas por empresas são usadas como filme e qualquer pedaço de madeira ajuda na construção de um tripé ou estúdio improvisado. Quem passa por uma oficina da “photo da Lata” recebe, também, de forma lúdica, lições de educação ambiental, solidariedade e cooperação. Partindo dos mesmos princípios, criamos mais um projeto inovador em 2003a "Oficina de Fotógrafos Comunitários". Seu objetivo é promover geração de trabalho e renda por meio da preparação de profissionais e da formação de um núcleo. Os fotógrafos comunitários documentam a história local, fazem fotos 3x4 – as mais requisitadas para documentos – registram casamentos, festas de batizados e aniversários para álbuns de família. Assim, além da memória cultural local, vão construindo uma alternativa de vida que pode lhes dar autonomia e sustento dentro da economia solidária.

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